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Idade Moderna da Arte

Renascimento

O Renascimento, ou período da Renascença, compreende o período de passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Foi marcado por uma intensa revolução nas artes, na política, na religião e na literatura - iniciando pela península italiana e logo se expandindo para toda Europa.

Durante o século XIV até o século XVI, a Europa viveu de uma série de mudanças em decorrência da expansão marítima, incluindo o desenvolvimento do comércio e da sociedade em geral. Essa mudança inspirou vários artistas a retratarem o novo momento vivido pelos europeus. Esse movimento intelectual recuperou modelos das civilizações grega e romana antigas, adaptando-os ou mesmo contrapondo-os as tradições medievais. Dessa forma, houve uma completa renovação na nas artes plásticas, arquitetura, literatura, assim como na política e economia da sociedade da época.
Sendo este um período que se diferenciava fortemente do vivido durante a Idade Média. Assim, os europeus acreditavam fortemente que estavam diante de uma organização completamente nova, totalmente distinta da que existiu na Idade Média, que ficou conhecida como Período da Renascença ou simplesmente Renascimento.

“O próprio termo Renascimento, com o sentido de fazer ‘renascer’ o mundo antigo, ‘trazendo de volta’ o pensamento e as criações dos antigos gregos e romanos, não foi criado por historiadores posteriores, mas durante esse movimento artístico cultural. Muitos apontam que o primeiro a registrar a palavra Renascimento com tal sentido tenha sido o pintor e arquiteto italiano Giorgio Vasari (1511-1574).” (Vicentino & Dorigo, 2013, pg.52)

Muitos comerciantes europeus acumularam grandes fortunas em função do comércio com as regiões do Oriente, graças à expansão das navegações. O acumulo de riqueza foi muito evidente na região da Toscana, na Itália. Muitos desses comerciantes, agora ricos, passaram a financiar artistas, prática que ficou conhecida como mecenato.
Era uma forma de reafirmar a autoridade do mecenas, o financiador – que também poderia ser um governante ou mesmo um membro do clero, uma vez que este patrocinava obras que expressavam e defendiam seus próprios interesses.

O homem vitruviano de Leonardo da Vinci sintetiza o ideário renascentista: humanista e clássico. Imagem: Wikimedia Commons.
O homem vitruviano de Leonardo da Vinci sintetiza o ideário renascentista: humanista e clássico. Imagem: Wikimedia Commons.

Inicialmente restrito a península itálica, logo o Renascimento se espalhou por toda a Europa. Sua principal característica foi o rompimento com o fanatismo religioso vivido durante a Idade Média, para entrar em um despertar materialista e antropocêntrico. Assim, o centro de tudo mudava do Divino para o Humano, iniciando uma vertente renascentista conhecida como Humanismo.
Além disso, a valorização das culturas clássicas da Grécia e Roma antigas também era parte fundamental do desenvolvimento cultural durante a Renascença. O Teocentrismo passou a dar lugar ao Antropocentrismo em uma sociedade mais racional, onde a natureza passou a ser muito valorizada. Foi um período também de grande importância para a ciência, principalmente ao que se refere à astronomia.
Sandro Boticelli foi um pintor nascido em Florença, em 1445. Suas obras mais famosas são “As Provações de Moisés”, “O Castigo dos Rebeldes” e “A Tentação de Cristo”, que são parte do da Capela Sistina, em Roma. Outro famoso trabalho de Boticelli é “O nascimento da Vênus”, obra encomendada pela família Médici, grande família de mecenas.

Leonardo da Vinci. Imagem: Wikimedia Commons.
Leonardo da Vinci. Imagem: Wikimedia Commons.

Leonardo DaVinci é considerado por muitos estudiosos um dos maiores gênios da humanidade, cuja personalidade é o arquétipo do homem da renascença. Nascido na província de Florença, em 1452, homem de grande curiosidade e capacidade inventiva, foi pintor, escultor, cientista, matemático, inventor, botânico, poeta e músico. Seu quadro mais famoso, “La Gioconda” (ou Monalisa), é uma das mais valiosas pinturas do mundo e está exposta no Museu do Louvre, em Paris, desde 1797.
Outro notável italiano foi Michelangelo di Ludovico, pintor e escultor da região da Toscana. Seu trabalho foi financiado por famílias ricas e pela Igreja Católica. A mais famosa de suas pinturas, está no teto da Capela Sistina, num grande afresco que retrata cenas do Antigo Testamento, encomendado pelo Papa Júlio II. Foi também escultor, sendo sua obra mais notória o “David”.

Teto da Capela Sistina, no Vaticano. Imagem: Wikimedia Commons.
Teto da Capela Sistina, no Vaticano. Imagem: Wikimedia Commons.

Logo o movimento renascentista se espalhou da Itália para o resto da Europa, em países como Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Portugal e Espanha.
Willian Shakespeare, dramaturgo inglês, foi principal nome do movimento renascentista na Inglaterra. Sua obra mais conhecida é a peça “Romeu e Julieta”, além dos dramas “Hamlet”, “Macbeth” e “Rei Lear”. Escreveu também peças cômicas, como “A megera domada” e “Sonho de uma noite de verão”.
Você Sabia?

Davi, de Michelangelo. Imagem: Wikimedia Commons.
Davi, de Michelangelo. Imagem: Wikimedia Commons.

Esculpido em mármore, o “David” (ou “Davi”), de Michelangelo, é uma escultura de 4 metros de altura, que foi feita por Michelangelo quando este tinha 26 anos. É uma obra tão perfeita, que sua beleza provoca em algumas pessoas mais sensíveis um conjunto de reações conhecido como Síndrome de Davi. Semelhante a Síndrome de Stendhal, trata-se de uma doença rara psicossomática, que causa ataques de pânico e outras reações e sentimentos primitivos em indivíduos expostos à escultura.
Referências
VICENTINO, C.; DORIGO, G. História geral e do Brasil. Volume 2. 2ª Edição. São Paulo: Scipione, 2013.


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